N.W.77 lança o EP Touching the Terror e reforça peso do crossover thrash hardcore

Veterana da cena brasiliense, a N.W.77 iniciou 2025 mantendo a tradição de peso e irreverência. No dia 10 de janeiro, a banda lançou o novo EP Touching the Terror, disponível em todas as plataformas digitais e também em edições físicas. O trabalho reúne quatro faixas inéditas e marca mais um capítulo na trajetória de mais de dez anos do grupo, que segue cultivando o espírito do crossover thrash hardcore com a mesma intensidade de suas origens.

A formação atual conta com Marcel Ianuck (baixo e vocal, ex-Deceivers, Sapatos Bicolores e Macakongs 2099), PC Montalvão (guitarra), Márcio Montalvão (guitarra), Paulo Vinicius (bateria) e Rodrigo Pinto (bateria). O currículo da N.W.77 inclui os EPs Doomsday Countdown (2011) e Youth Explosion (2013), o full-length Nuclear Awake (2015), além dos splits Peste Nuclear (2018, com A Peste) e Play Fast Ride Easy (2021, com parceiros internacionais).

O novo registro chega em parceria com os selos Two Beers or Not Two Beers, Helena Discos e Lombra Records, que também lançou uma versão em vinil 7 polegadas. A capa ficou a cargo de Túlio D.F.C., enquanto a mixagem e masterização foram assinadas por Zé Misanthrope (A Peste, Vela Negra, Omfalos).

Crossover direto e sem firulas

Em entrevista, o vocalista e baixista Marcel Ianuck definiu a proposta da banda de forma objetiva:

“Nós somos uma banda de crossover thrash hardcore, que canta em inglês, e tenta fazer um som que gostamos de ouvir, com irreverência, ironia e críticas às idiotices que vemos na sociedade em geral.” – Marcel Ianuck

As influências diretas passam por Ratos de Porão, Suicidal Tendencies, Anthrax, Lobotomia, Municipal Waste e S.O.D., mas a visão artística da banda vai além da música.

“O cinema, livros, cultura pop em geral, além do que acontece no Brasil e no mundo, principalmente no momento caótico em que vivemos.” – Marcel Ianuck

“Touching the Terror”: antes e depois da pandemia

O processo criativo do EP carrega um detalhe marcante: os instrumentais foram compostos em 2019, mas letras e vocais só foram finalizados em 2024, já após a pandemia.

“As letras, por mais que ainda tenham o nosso tom bem humorado, sofreram diretamente influência dos tempos de incertezas que vivemos durante a pandemia. Certamente é o EP mais ‘sério’ da banda.” – Marcel Ianuck

Entre os destaques, faixas como “Dogday Everyday” e “We Told You So” abordam marginalidade, resistência e frustrações diante de crises ignoradas. Já “Lake Paranoia” ganhou contornos líricos mais profundos a partir da ideia inicial de Márcio Montalvão:

“Ele é muito bom em transformar uma ideia doida, um trocadilho infame, em uma boa letra. E acaba que, na minha visão, mostra como a vida moderna pode te levar a viver uma rotina massacrante, cheia de cobranças da sociedade que, se você deixar, te afogam e você deixa de viver e passa a sobreviver.” – Marcel Ianuck

O que vem pela frente

Com o novo EP lançado, a N.W.77 já vislumbra os próximos passos:

“Temos alguns shows planejados em setembro, outubro e novembro aqui pelo DF e região. Pode ser que ainda pinte algum show em outros estados ainda em 2025. Depois disso, provavelmente vamos dar um foco em organizar as ideias que temos rabiscado para compor e gravar um novo lançamento em 2026.” – Marcel Ianuck