O Cradle Of Filth volta ao centro das atenções — não por música, mas por uma grave disputa interna que se transformou em batalha legal. Os ex-integrantes Zoë Marie Federoff (tecladista e backing vocal) e Marek “Ashok” Šmerda (guitarrista) confirmaram oficialmente que entraram com uma queixa para iniciar procedimentos legais formais contra a banda e sua administração.
“Entramos com uma ação para iniciar os procedimentos legais formais.
Acreditamos, apoiamos e defendemos tudo nesta ação.
Incentivamos você a ler a ação para entender completamente nossa posição, e não temos nenhuma outra declaração sobre isso no momento.”
— Zoë Marie Federoff e Marek “Ashok” Šmerda
A tensão entre o casal e o líder Dani Filth vem se intensificando desde 2022, quando Zoë deixou a banda e Ashok foi demitido pouco depois, alegando disputas contratuais e más condições de trabalho. As trocas públicas de declarações nas redes sociais tornaram-se cada vez mais pessoais e dolorosas — envolvendo acusações de manipulação, negligência e desrespeito profissional.
A resposta de Dani Filth
No dia 1º de setembro, Dani Filth publicou um extenso comunicado em suas redes sociais, reconhecendo o desgaste causado pela exposição pública do caso, mas negando as acusações feitas por seus ex-colegas.
“Reconheço que deixei a frustração me levar e compartilhei mais detalhes pessoais do que deveria.
As alegações de ‘roubo’ e ‘exploração’ contra mim e a banda são falsas.
Mantemos registros claros que mostram o contrário, e qualquer disputa será tratada adequadamente — não nas redes sociais.”
— Dani Filth
Dani também revelou que sua mãe está em tratamento contra um câncer em estágio 4, pedindo empatia e criticando o uso de ataques pessoais em meio à polêmica:
“Ela viu a onda de ataques online contra mim, e isso só aumentou sua angústia.
Espero que todos concordemos que arrastar famílias para isso é uma crueldade que nenhum de nós deveria desejar.”
O vocalista encerrou sua nota afirmando que seguirá com a banda e seus compromissos ao vivo:
“O show deve continuar — e não é uma pantomima de Natal.
Nosso foco é entregar o que os fãs merecem e construir uma base mais forte para o futuro.”
A réplica de Zoë Marie Federoff
Também em 1º de setembro, Zoë respondeu de forma equilibrada, demonstrando respeito pela situação pessoal de Dani, mas reforçando que as acusações se concentram em questões de gestão e ética profissional, não em ataques pessoais.
“Sabemos que sua mãe está lutando contra o câncer e desejamos a ela o melhor nisso.
Tenho orado por ela desde que soube.
Nosso foco permanece nas questões de negócios e no ambiente de trabalho.
Contestamos qualquer alegação de que o alcoolismo ou o uso de álcool levou a esta situação.
Foram meses tentando falar com você, Dan. Seu silêncio se tornou ensurdecedor.”
— Zoë Marie Federoff
Zoë destacou que a decisão de sair da banda veio após tentativas frustradas de diálogo e alertas sobre condutas administrativas e contratuais.
“Queremos que você melhore como líder, Dan.
Cuide das pessoas que escrevem música para você e fazem shows para você.
O Cradle Of Filth é uma instituição artística — ninguém quer o fim disso.”
A posição de Ashok
O guitarrista Marek “Ashok” Šmerda, membro do Cradle Of Filth por 12 anos, publicou um texto com tom mais emocional e direto, marcando o encerramento de suas declarações públicas.
“Aqui estão minhas mãos. As mãos que usei para servi-lo por 12 anos.
Para escrever e tocar música para você. Eu te dei essas mãos.” — Ashok
Ashok criticou o uso de situações pessoais por parte de Dani e acusou a banda de tratamento desigual, principalmente em relação a Zoë.
“Vi muitas vezes o resto da banda protestar ou discutir com você, mas apenas Zoë foi escolhida para ser punida.
Nunca houve o mesmo respeito pelas opiniões dela que pelos homens da banda.”
Ele também abordou um episódio profundamente pessoal: a perda de um filho durante a gestação, que, segundo ele, foi agravada pelo estresse e pelas pressões da administração da banda.
“Acusar minha esposa de beber durante a gravidez foi baixo.
Não há nada pior do que culpar uma mulher pela perda de seu próprio filho.”
Encerrando, Ashok disse acreditar que outros ex-membros ainda poderão se manifestar no futuro:
“Não acredito que sejamos os últimos a dizer algo.
Agora é óbvio por que 40 outros ex-membros nunca disseram muito.
Tem sido um inferno para nós falarmos — mas não me arrependo.”
O caso Cradle Of Filth: entre lealdade e colapso interno
O Cradle Of Filth, liderado por Dani Filth desde 1991, é conhecido por suas trocas constantes de formação — já somando mais de 40 músicos que passaram pela banda ao longo das décadas. Contudo, esta disputa é a mais pública e pessoal da história recente do grupo, colocando em debate questões de ética, liderança e condições de trabalho no metal extremo.
Enquanto Zoë e Ashok seguem com o processo judicial, Dani e a atual formação do Cradle Of Filth continuam em turnê, prometendo novos projetos e mantendo silêncio sobre os detalhes legais.
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