O Smashpit tomou conta do City Lights, em São Paulo, neste domingo, reunindo cinco nomes emblemáticos da cena hardcore nacional e mantendo uma intensidade constante do início ao fim. A casa abriu às 16h e rapidamente encheu, criando uma atmosfera vibrante que se sustentou até o encerramento, por volta das 22h. Com um único palco e cerca de uma hora para cada banda, o festival permitiu que cada artista explorasse seu repertório com calma, resultando em uma experiência sólida, agressiva e carregada de energia.
Cacofonia abre os trabalhos com punk cru e urgente
A primeira banda da noite foi a Cacofonia, de Santa Catarina, trazendo um punk direto, gritado e cheio de urgência. Apesar da ausência da baterista oficial, substituída por um convidado que segurou o ritmo com firmeza, o grupo mostrou personalidade. O destaque ficou para o cover de Bulimia, clássico do punk brasiliense citado pela vocalista como uma de suas maiores influências. O público ainda estava se aquecendo, mas o set barulhento e honesto funcionou como abertura ideal para o que viria em seguida.

MC Taya muda o clima e incendeia o público
A virada da noite veio com MC Taya. Mesmo acidentada, a artista levou para São Paulo seu característico Metal Mandrake, uma mistura caótica de peso, irreverência e personalidade. Sua performance, carregada de energia, desencadeou as primeiras rodas realmente intensas do festival. A partir dali, a casa ficou lotada e a vibração subiu vários níveis.

Surra mantém a pressão e eleva a temperatura
O Surra, um dos nomes mais influentes do hardcore nacional, entregou o que todos esperavam: velocidade, agressividade e um repertório recheado de clássicos. O trio provocou algumas das rodas mais violentas do evento, com o público cantando praticamente todas as faixas. Foi o primeiro momento de explosão coletiva da noite, consolidando o clima de festival histórico.

Eskröta transforma o City Lights em território de guerra
Liderada por Yas, a Eskröta manteve a brutalidade em alta com músicas do novo álbum e faixas já consagradas. A participação especial de MC Taya em uma das canções foi um dos grandes momentos do evento, assim como a roda exclusiva de minas, um marco simbólico do Smashpit. Os discursos firmes de Yas contra machismo e feminicídio adicionaram peso emocional ao show, combinando agressão sonora e posicionamento político com impacto.

Black Pantera fecha em clima apoteótico
O Black Pantera encerrou o festival com a irreverência e a energia que lhes são características. O repertório combinou clássicos, interações fortes com o público e momentos memoráveis, incluindo um stage dive performático do baixista, arrancando gritos e risadas da plateia. As rodas gigantes e o clima catártico mostraram um City Lights completamente entregue ao último ato da noite.

Organização, atmosfera e um domingo histórico para o hardcore
Com organização eficiente e fluxo bem controlado, o Smashpit proporcionou uma experiência fluida. A única ressalva ficou para a iluminação do palco, que poderia ser mais sofisticada, ainda que isso não tenha afetado o impacto geral.
Para um domingo, a resposta do público foi impressionante: casa lotada, rodas constantes e bandas entregues em seus limites. O hardcore provou estar vivo, barulhento e mais unido do que nunca. O Smashpit se mostrou essencial para a cena e deixou claro que encontros desse tipo precisam acontecer com mais frequência.
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Texto por Bruno Mota






