O eterno Metal God do Judas Priest, Rob Halford, voltou a tocar em um tema que sempre carregou em sua trajetória: a homofobia no mundo do metal e fora dele. Em entrevista ao podcast Queer The Music, apresentado por Jake Shears, Halford falou abertamente sobre a evolução das atitudes em relação à sexualidade desde que se assumiu publicamente, em 1998.
“A América ainda é incrivelmente homofóbica. Eu moro aqui há muito tempo e vi muita coisa acontecer desde os anos 80. Isso realmente me deixa bravo e chateado. Mas quando subo no palco com o PRIEST, sei que todos estão ali pela música, e é isso que importa. Essa rotulagem não deveria existir. É sobre sua arte, seu ofício, seu trabalho.” — Rob Halford
Halford relembrou o momento em que, quase por acidente, se assumiu gay em uma coletiva para seu projeto paralelo 2WO, em Nova York, no final dos anos 90. Sem ensaiar ou planejar, deixou escapar durante a conversa: “Falando como um homem gay…” — e, como descreveu, foi como ouvir uma prancheta cair no chão. O peso da revelação, porém, logo se transformou em liberdade e inspiração para fãs ao redor do mundo.
“Em poucos dias, minha caixa de correio estava cheia de cartas de pessoas dizendo: ‘Por causa do que você fez, consegui contar aos meus pais que sou gay.’ O bem que saiu daquele dia foi algo profundo, que nunca esquecerei.” — Rob Halford
O vocalista também destacou como foi recebido de volta ao Judas Priest após mais de uma década afastado: com apoio, sem questionamentos e sem preconceito. “Os caras já sabiam, mas o amor da banda sempre falou mais alto”, recorda.
Entre reflexões pessoais e conselhos sobre relacionamentos — como seu recente casamento simples e simbólico com Thomas, seu parceiro de longa data — Halford reafirma que o legado do Judas Priest e sua presença como um ícone vão muito além de rótulos.
Ao mesmo tempo, não deixou de cutucar as contradições do passado: nos anos 80, enquanto ele vivia no armário temendo perder a carreira, bandas glam dominavam a cena com maquiagem e androginia celebrada. A ironia, segundo Halford, sempre o fez refletir sobre como o metal encarava (e ainda encara) a diversidade.
Mesmo assim, a mensagem é clara: Halford sobreviveu ao peso do silêncio, enfrentou o preconceito de frente e hoje usa sua voz não apenas para gritar hinos metálicos, mas para lembrar que liberdade, aceitação e autenticidade são armas tão afiadas quanto qualquer riff do Judas Priest.
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