O ex-vocalista da banda punk Anti-Flag, Justin Sane (nome real: Justin Geever), foi condenado a pagar US$ 1,9 milhão em danos à sua acusadora, Kristina Sarhadi, após não apresentar resposta à ação civil por agressão sexual e física movida contra ele. A sentença foi proferida na terça-feira, 22 de julho, em um processo que se arrasta desde 2023 e provocou uma implosão sísmica na cena punk internacional.
A ausência de qualquer defesa por parte de Justin Sane resultou em uma decisão à revelia, tornando-o legalmente responsável pelos danos. Segundo o Billboard, a indenização de quase dois milhões de dólares inclui US$ 750 mil por dor e sofrimento, além de US$ 420.800 por despesas com terapia, relacionadas ao transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade enfrentadas por Sarhadi em decorrência da suposta agressão cometida em 2010.
“Foi uma jornada devastadora, mas saber que fui ouvida, mesmo na ausência dele, é um começo de cura.”, teria afirmado Sarhadi a veículos internacionais, em relatos anteriores sobre o caso. A vítima tornou públicas as acusações em julho de 2023, fato que levou à dissolução imediata do Anti-Flag, banda conhecida até então por seu engajamento progressista e ativismo feminista.
Em poucos dias após a denúncia, os outros membros da banda anunciaram o fim das atividades, enquanto novas alegações surgiam: uma reportagem extensa da Rolling Stone publicada no final do mesmo ano apresentou relatos de 13 mulheres com acusações igualmente graves contra Sane.
Sarhadi abriu a ação civil em novembro de 2023, mas os esforços para notificar formalmente o ex-vocalista enfrentaram dificuldades, com suspeitas de que ele teria fugido dos Estados Unidos para evitar responsabilização. Além da ação contra Sane, ela também processou a banda por negligência, mas essas alegações acabaram sendo arquivadas.
A sentença de 22 de julho não apenas impõe um valor indenizatório significativo, como também marca um ponto de inflexão simbólico para as vítimas e para a cena punk, muitas vezes pautada por discursos de igualdade, mas agora confrontada com um de seus próprios ícones caindo sob o peso das acusações que contrariam todo o seu discurso público.
Até o momento, Justin Sane não se pronunciou publicamente sobre a decisão do tribunal nem respondeu à ação que culminou na condenação. A equipe jurídica de Sarhadi também ainda não divulgou um comunicado oficial, mas a sentença já é celebrada como um ato de justiça dentro de um cenário em que tantas vezes o silêncio predomina.
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