Após mais de 30 anos na banda, músico se diz surpreendido com sua saída abrupta e afirma que advogados já estão envolvidos: “Tornei-me um problema dentro da organização.”
A cena hardcore foi pega de surpresa em fevereiro quando o Hatebreed anunciou, de forma direta e sem rodeios, a saída de um de seus membros fundadores: o baixista Chris Beattie, que estava na banda desde o início.
Sem maiores detalhes à época, a banda apenas comunicou que Matt Bachand (Shadows Fall) assumiria o baixo “no futuro previsível”. Agora, meses depois, Beattie quebrou o silêncio em entrevista ao programa The New York Hardcore Chronicles Live!, revelando que a saída foi injusta, mal explicada e que medidas legais já estão em andamento.
“Estamos tentando resolver. Há advogados envolvidos agora. Eles estão gastando muito tempo lidando com isso… Obviamente, quando algo assim acontece, você fica chateado. Mas eu não quero sair por aí falando merda. Fizemos boa música. Tivemos ótimos momentos juntos. Mas as coisas mudaram.”
Beattie evitou atacar diretamente os ex-companheiros, mas deixou claro que houve decisões internas tomadas pelas costas, que o transformaram de integrante ativo em um incômodo para a engrenagem da banda.
“Tornei-me um problema dentro da organização. Eu era o intermediário entre os membros da banda e da equipe. Comecei a fazer muitas perguntas… e isso se tornou problemático.”
“Tínhamos acabado de comemorar 30 anos. Foi incrível. Turnê de sucesso. Fizemos grandes coisas. E, como já disse antes, não foi minha decisão deixar a banda.”
Segundo Beattie, não havia sinal aparente de que seria dispensado, o que torna tudo ainda mais difícil de assimilar. Para ele, o desgaste começou nos bastidores, onde conflitos de comunicação e cobranças mal resolvidas se tornaram insustentáveis.
Mesmo com o tom sereno da entrevista, Beattie deixou claro que seu tempo no Hatebreed chegou ao fim de forma definitiva:
“Acabou. Minha família vem em primeiro lugar. Não posso voltar para isso. Mas existe um legado. As pessoas me conhecem por essa banda. A identidade ainda está lá. Então é bom.”
Compositor e peça central na construção da identidade do Hatebreed, Chris Beattie deixa para trás uma trajetória marcada por discos clássicos como Satisfaction Is the Death of Desire, Perseverance e Supremacy, além de incontáveis turnês e mais de três décadas de contribuição ao hardcore mundial.