Entrevista: MICHAEL AMOTT do ARCH ENEMY fala sobre Evolução, Experimentação e Ultrapassar Limites com Blood Dynasty

Com quase três décadas de trajetória na cena do metal, o Arch Enemy continua a evoluir mantendo-se fiel ao seu som característico. Seu mais recente álbum, Blood Dynasty, é a prova inegável desse equilíbrio — combinando ferocidade e melodia enquanto explora novas dinâmicas e reviravoltas inesperadas. Nesta entrevista exclusiva, o guitarrista e membro fundador Michael Amott mergulha fundo na criação do álbum, no impacto do novo guitarrista Joey Concepcion e em como Blood Dynasty empurra os limites da banda sem perder o que torna o Arch Enemy inconfundível.

Blood Dynasty é um título de álbum carregado de imagens, assim como é a arte do álbum. Você pode compartilhar como o conceito evoluiu — de inspirações míticas ou históricas para reflexões pessoais ou sociopolíticas — e o que o termo “dinastia” significa para o Arch Enemy hoje?

Sempre tivemos uma identidade visual e conceitual forte no Arch Enemy — algo poderoso, quase cinematográfico. A pintura que o artista Alex Reisfar fez para nós com Blood Dynasty é algo que parece ao mesmo tempo majestoso e sinistro. A imagética nas letras e na arte deriva da história, mitologia e um pouco da nossa própria realidade. De certa forma, “dinastia” reflete a saga contínua do próprio Arch Enemy.

Com Blood Dynasty sendo promovido como uma promessa de ferocidade e melodia, vocês experimentaram com novas estruturas musicais ou instrumentações inesperadas durante sua criação?

Sim, não é surpresa que estamos tocando metal pesado e melódico, haha… Nunca queremos nos repetir completamente, embora tenhamos um som inegavelmente Arch Enemy. Desta vez, brincamos com algumas abordagens novas em relação a arranjos e dinâmicas — algumas músicas são mais intricadas, camadas e grandiosas. Não diria que fomos radicais na experimentação, mas alguns momentos certamente surpreenderão os fãs.

Este álbum marca a primeira participação do novo guitarrista Joey Concepcion. Como seu estilo de tocar e sua experiência musical influenciaram a composição e o som geral de Blood Dynasty?

Não muito, mas ele adicionou alguns elementos novos com seus solos neste álbum. Joey é um músico fenomenal — insanamente técnico, mas também profundamente musical, o que é importante no Arch Enemy. O interlâmbio entre meu estilo e o dele criou alguns momentos empolgantes. Ele possui a habilidade de fazer solos neoclássicos, mas também é um músico de bom gosto, então foi sobre encontrar as coisas certas para embelezar a música que eu e o Daniel compusemos para o álbum.

Blood Dynasty parece, para mim, conectar o passado histórico do Arch Enemy com novas explorações ousadas. Você tenta equilibrar a honra ao seu legado musical enquanto empurra os limites criativos na paisagem metal contemporânea, ou simplesmente segue seu processo criativo comprovado e seu instinto?

Acho que é um pouco de ambos. Estamos cientes do que construímos ao longo dos anos — nosso som característico, as expectativas de nossa base de fãs — mas ao mesmo tempo, somos artistas e precisamos evoluir. Não acredito em forçar mudanças apenas por fazer, mas também não quero fazer o mesmo álbum duas vezes. O melhor caminho é confiar em nossos instintos enquanto permanecemos abertos a novas inspirações. Isso é o que mantém tudo emocionante para nós e, espero, para os fãs da banda