
Uma estreia impactante, uma performance ritualística, e um recado claro: o metal é território de transgressão feminina
A sexta-feira de aquecimento do Bangers Open Air 2025 no Memorial da América Latina começou com ares de cerimônia profana — e quem comandou o culto foi a banda DOGMA, uma das atrações mais aguardadas do underground nacional e que transformou o palco Hot Stage em altar de provocação, teatralidade e peso sonoro.
😈 Visuais blasfemos e estéticos impactantes
Com painéis laterais que mostravam orgias envolvendo bispos, cardeais e até um monge budista em deleite com uma freira voluptuosa, a DOGMA chegou para chocar, sim — mas não gratuitamente. A provocação faz parte do manifesto da banda, que caminha na trilha visual de nomes como Ghost, Slipknot e Kiss, com corpse paint, hábitos religiosos distorcidos e uma performance que mistura sensualidade, ironia e simbologia.
Muita gente na plateia vestia véus, camisetas com crucifixos invertidos e maquiagem inspirada no grupo, revelando uma base de fãs fiel que cresce a cada show — e que já entendeu a mensagem da banda: não estamos diante de uma simples provocação, mas sim de um statement artístico.
🎸 Peso brasileiro, alma gótica
No som, a DOGMA não decepcionou: com raízes fincadas no hard rock clássico europeu, riffs potentes, atmosferas góticas e refrões marcantes, a banda entregou uma performance sólida e cheia de personalidade.
Lilith, a vocalista, tem presença de palco dominante e carisma de sobra. Com vocais que oscilam entre o melódico e o dramático, ela segura a narrativa visual e musical com força.
Nixe, no baixo, é energia pura. Sua performance remete a Gene Simmons, mas com atitude própria — parece uma entidade saída de uma realidade paralela, onde o metal é liderado por figuras mitológicas femininas.
Lamia e Rusalka, nas guitarras, entregam peso, harmonia e riffs que beiram o místico.
A banda equilibra com maestria coreografias provocativas, teatralidade sombria e figurinos sensuais, desafiando o público com cada gesto e postura. Claro, alguns comentários machistas surgiram da parte de homens mais velhos — mas foram silenciados por uma plateia que entendeu que a DOGMA não existe para alimentar fetiches, mas para romper estruturas.
🔥 Repertório de impacto e cover blasfemo
O setlist foi poderoso, com destaque para a explosiva “My First Peak”, o peso dramático de “Father I Have Sinned” e a intensa “Banned”, que aborda a perda da inocência e o desejo como força de subversão. E, como se não bastasse, a banda ainda ousou com uma versão épica de “Like a Prayer”, da Madonna, misturando reverência e heresia numa leitura que arrancou gritos do público.
Apesar de problemas técnicos no som — comuns nas primeiras apresentações do dia —, a banda manteve a coesão, o impacto e a identidade do início ao fim.
🖤 SETLIST – DOGMA NO BANGERS OPEN AIR 2025
- Forbidden Zone
- My First Peak
- Made Her Mine
- Banned
- Like a Prayer (cover de Madonna)
- Bare to the Bones
- Make Us Proud
- Pleasure From Pain
- Father I Have Sinned
- The Dark Messiah
Se o inferno tivesse uma banda residente, seu nome provavelmente seria DOGMA. E o Bangers Open Air 2025 teve a honra de sediar esse culto. Que fique registrado: elas não pedem espaço, elas tomam o palco.
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