Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Rudolf Schenker, guitarrista e fundador do Scorpions, falou sobre a motivação que o levou a criar a banda há sessenta anos em Hannover, Alemanha. O músico explicou que, desde o início, sua visão foi maior do que a maioria poderia imaginar.
“Nada é fácil. Descobri mais tarde por que consegui. É porque eu estabeleci a meta muito alta. Coloquei tão alto que outros pensavam que eu era estúpido ou louco. Mas, como parte da geração pós-guerra, eu disse: seria ótimo sair pelo mundo e mostrar às pessoas que aqui está uma nova geração. Não vinda com tanques e guerra, mas sim trazendo música.” — Rudolf Schenker
As palavras de Schenker ecoam declarações que já havia dado no passado, quando afirmou que o Scorpions nasceu para desafiar a percepção global sobre a Alemanha:
“Queríamos construir pontes com a música, mostrar que da Alemanha não saíam tanques, mas guitarras. Não vínhamos para destruir, mas para tocar amor, paz e rock and roll.” — Rudolf Schenker
Mesmo aos 70 anos, Rudolf segue inspirado pela mesma chama que moveu a juventude do rock.
“Eu sou dos anos 50, vi Beatles e Rolling Stones mudarem o mundo. E pensei: sim, eu quero isso. Eu acredito no rock. Muitos me diziam: ‘Por que você faz isso? Música?! Acorda! O que vai fazer aos 30 ou 40?’ Bem, eu ainda estou aqui fazendo música. Muitos já não estão nem vivos ou parecem ter 90.” — Rudolf Schenker
O segredo para manter o Scorpions vivo por seis décadas, segundo Rudolf, está na união:
“Desde o início eu quis a química certa. Amizade é essencial. Quando fundei a banda, disse: não há chefe aqui, somos uma democracia. Isso sempre foi fundamental. Manter a banda o mais unida possível.” — Rudolf Schenker
O último álbum do Scorpions, Rock Believer (2022), foi gravado majoritariamente no Peppermint Park Studios, em Hannover, e mixado nos lendários Hansa Studios, em Berlim. Inicialmente planejado para ser registrado em Los Angeles com Greg Fidelman (Metallica, Slipknot), o disco acabou sendo conduzido pela própria banda devido à pandemia, com o apoio do engenheiro Hans-Martin Buff.
Com mais de meio século de estrada, Rudolf Schenker reforça a essência da banda: guitarras no lugar de armas, música no lugar da guerra — um manifesto que ainda ecoa no presente.
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