Hall of Gods — projeto brasileiro une heavy metal e música clássica em tributo grandioso
Por MND
28 de outubro de 2025
LançamentosBrasil Metal
A interseção entre heavy metal e música clássica é uma das mais ricas e instigantes da história do gênero. Desde os tempos de Ritchie Blackmore e Yngwie Malmsteen, a influência dos grandes compositores eruditos permeia riffs, arranjos e atmosferas do metal. Agora, essa tradição ganha um novo e ambicioso capítulo com o projeto Hall of Gods, idealizado pelo multi-instrumentista brasileiro Rafael Agostino — conhecido por seu trabalho como tecladista e compositor — que presta homenagem a mestres como Mozart, Beethoven, Bach, Grieg e Carlos Gomes, reinterpretando-os sob a ótica do metal contemporâneo.
Com uma sonoridade que transita entre o doom, o progressivo e o power metal, o álbum apresenta um conceito grandioso e cinematográfico, em que cada faixa revisita o espírito da música clássica com peso, emoção e sofisticação.
“A ideia foi criar uma ponte entre o erudito e o metal, mas sem cair em clichês. Cada faixa é uma homenagem e, ao mesmo tempo, uma nova composição, construída com a liberdade que o metal oferece.” — Rafael Agostino
Confira a faixa The Requiem (Ft Zak Stevens) :
O disco reúne um time estelar de convidados internacionais e nacionais, reforçando a magnitude do projeto. Entre os nomes de destaque estão Zak Stevens e Chris Caffery (Savatage), Ralf Scheepers (Primal Fear), Snowy Shaw (ex-King Diamond, ex-Therion), Ronnie Romero (ex-Rainbow, ex-MSG), além dos brasileiros Marcelo Pompeu (Korzus) e May Puertas (Torture Squad). A diversidade vocal e o talento individual de cada convidado dão identidade própria a cada faixa, transformando o álbum em uma verdadeira celebração da fusão entre técnica e emoção.
Agostino assina a composição, gravação e produção de todos os instrumentos, imprimindo unidade e identidade ao trabalho. As canções exploram contrastes sonoros e emocionais, alternando momentos de introspecção e fúria com passagens orquestrais e corais que evocam réquiens e sinfonias. O resultado é um metal sinfônico de densidade rara, que se destaca pela riqueza harmônica e pela dramaticidade de suas atmosferas.
Entre os destaques do álbum estão:
“The Requiem”, uma jornada espiritual e melancólica;
“Madness by the Moonlight”, mergulhada em sombras e lirismo noturno;
“Guarany (Sons of the Forest)”, homenagem a Carlos Gomes e à herança musical brasileira;
“Emperor of Himself”, uma reflexão introspectiva sobre poder e solidão;
“Devil Joy of Man’s Desiring”, uma recriação sombria e provocante da obra de Bach.
Com duração aproximada de 40 minutos, Hall of Gods está disponível nas principais plataformas digitais e também em edições limitadas em vinil lançadas pela Abigail Records, que caprichou na apresentação visual: capas alternativas, encartes de 12 páginas e variantes colecionáveis.
Mais do que um tributo, Hall of Gods é uma obra conceitual que reafirma a força criativa do metal brasileiro e sua capacidade de dialogar com o erudito de forma profunda e inovadora. Um álbum que honra o passado, mas olha firmemente para o futuro — onde a música clássica e o heavy metal continuam, lado a lado, a ecoar entre os deuses.