26 anos de Scenes from a Memory: a obra-prima do metal progressivo
Por MND
28 de outubro de 2025
Mundo Metal
Em 1999, o Dream Theater lançava Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory, um marco do metal progressivo que consolidou a banda como referência mundial em álbuns conceituais. Combinando virtuosismo instrumental, narrativa intricada e uma produção minuciosa, o disco se tornou uma das obras mais emocionantes e influentes da história do gênero, e até hoje é estudado e reverenciado por músicos e fãs.
O álbum nasceu a partir de uma demo instrumental de 21 minutos criada durante as sessões de Falling Into Infinity (1997). A ideia de transformá-la em um álbum conceitual surgiu de John Petrucci e Mike Portnoy, que coproduziram o disco sem a interferência de um produtor externo, garantindo controle absoluto sobre cada detalhe da obra.
“Scenes from a Memory pode ter sido um disco que foi uma reação ao anterior. E então também percebemos que ainda não tínhamos feito um álbum conceitual e decidimos que era hora. Foi tipo, vamos fazer o nosso Operation: Mindcrime, o nosso Tommy, o nosso The Wall. Foi definitivamente uma decisão consciente de fazer algo ousado, novo e diferente.” — John Petrucci
História e conceito
O álbum narra a jornada de Nicholas, um homem que busca compreender pesadelos recorrentes através da hipnoterapia. Durante as sessões, ele descobre que foi Victoria Page em uma vida passada, assassinada em 1928 em um triângulo amoroso envolvendo seu marido Julian e o irmão dele, Edward. A trama se desenrola em dois atos, explorando amor, traição, assassinato e reencarnação, culminando em uma reviravolta surpreendente: o hipnoterapeuta de Nicholas é, na verdade, Edward em sua vida passada, responsável pelos assassinatos.
Ato I – A Regressão de Nicholas
Nicholas enfrenta pesadelos recorrentes e decide se submeter à hipnoterapia.
Ele revive a vida de Victoria Page, sua própria encarnação passada, assassinada em circunstâncias misteriosas.
O triângulo amoroso envolvendo Victoria, Julian e Edward é apresentado, e Nicholas inicialmente acredita que Julian é o culpado pelos crimes.
Ato II – A Verdade Revelada
Sob hipnose, Nicholas descobre que Edward, motivado por ciúmes e traição, assassinou Victoria e Julian.
Para encobrir o crime, Edward planta uma nota de suicídio e manipula a percepção pública.
O clímax revela que o hipnoterapeuta é Edward reencarnado, fechando o ciclo da narrativa e conectando os eventos passados com o presente de Nicholas.
O álbum combina passagens técnicas de metal progressivo, como The Dance of Eternity, com momentos introspectivos e melódicos, como Through Her Eyes e The Spirit Carries On. Cada faixa constrói uma atmosfera única, refletindo a evolução emocional dos personagens e mantendo o ouvinte imerso na história do começo ao fim.
Produção e legado
Metropolis Pt. 2 é o primeiro álbum conceitual verdadeiro do Dream Theater, precedendo o álbum duplo The Astonishing (2016). Além de Petrucci e Portnoy, toda a banda contribuiu ativamente para a composição e arranjos, tornando o álbum uma obra totalmente coesa. A influência do disco é sentida até hoje, tanto em bandas de metal progressivo quanto em projetos de narrativa musical em diversos estilos.
“Gravar sem um produtor externo nos deu liberdade criativa total. Queríamos experimentar, ousar, fazer algo que desafiasse a nós mesmos e os ouvintes.” — Mike Portnoy
Tracklist – Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory
Regression
Overture 1928
Strange Déjà Vu
Through My Words
Fatal Tragedy
Beyond This Life
Through Her Eyes
Home
The Dance of Eternity
One Last Time
The Spirit Carries On
Finally Free
Com sua narrativa complexa, instrumentação impecável e conceito inovador, Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory permanece como um dos pilares do metal progressivo e um testemunho da ambição artística do Dream Theater, provando que o gênero pode contar histórias tão grandiosas quanto qualquer obra literária ou cinematográfica.