No novo episódio do Fora de Kaza, Gastão Moreira mergulha no universo da produção musical ao visitar o Dharma Studios, um dos estúdios mais respeitados do país, comandado pelo baterista e produtor Rodrigo Oliveira (Korzus). A visita revela o que realmente acontece por trás da gravação de um disco profissional — da microfonação ao produto final.
Estrutura de um estúdio profissional
O Dharma é um estúdio de gravação completo, equipado com uma das mesas mais prestigiadas do mundo: SSL Duality, com 48 canais independentes, pré-amps, compressores, gates e equalizadores por canal.
“Aprendendo um canal, você aprende todos. O segredo está em dominar a lógica da mesa” — explica Rodrigo.
Ao contrário de um estúdio de ensaio, onde o foco é tocar, um estúdio de gravação exige estrutura técnica, acústica tratada e equipamentos de altíssimo nível para captar cada detalhe sonoro.
O processo completo: da gravação à masterização
Rodrigo detalha todo o fluxo de produção de um disco:
- Gravação: tudo começa com a bateria, depois baixo, guitarras, vozes e overdubs.
- Edição: correções de tempo, afinações e limpeza de ruídos.
- Mixagem: equilíbrio de volumes, timbres e espacialidade.
- Masterização: finalização do som para plataformas digitais, CD ou vinil.
“Mixar é misturar. É fazer tudo soar com clareza e emoção”, define Rodrigo.
Autenticidade sonora vs. pasteurização digital
Rodrigo aponta a perda de identidade sonora das bandas modernas que usam os mesmos plugins, baterias eletrônicas e presets prontos.
“Tem muita banda soando igual. Tudo pasteurizado. A diferença está em quem busca o som real, orgânico, único”.
A proposta do Dharma é justamente o contrário: capturar o som real, com amplificadores, microfonação de instrumentos e ambientes naturais.
Sobre arranjos, crítica e direção artística
A autoridade do produtor vai além da técnica. Rodrigo comenta que, em muitos casos, rearranja músicas e discute até letras:
“Às vezes o refrão tá na estrofe e ninguém percebe. É meu papel apontar e ajudar a música a encontrar sua forma ideal”.
E completa:
“Se eu não assino um trabalho, é porque ele não reflete meu padrão. Já pedi pra tirar meu nome de trabalhos onde o artista não quis melhorar”.
Pré-produção: o segredo para economizar tempo e dinheiro
Rodrigo destaca a importância da preparação antes de entrar no estúdio:
“Banda que faz boa pré-produção não dá dor de cabeça. Grava melhor, gasta menos e sai mais satisfeita”.
Equipamento, acústica e detalhe
A sala de gravação do Dharma é um show à parte: pé-direito de 10 metros, tratamento acústico calculado, microfones de referência mundial como Neumann U87, SM58, Sennheiser 421, além de amplificadores clássicos e estrutura para gravações ao vivo.
“Cada detalhe da madeira ao teto acústico foi pensado para servir ao som”.
Gravações, artistas e versatilidade
Mesmo sendo conhecido no metal, Rodrigo já gravou e produziu artistas dos mais diversos gêneros:
- Shaman, Doctor Sin, Paulo Ricardo, Lirinha, Felipe Andreoli, Alírio Netto
- Orquestras, MPB, hardcore, projetos autorais e experimentais
“Aqui é um estúdio de música. Não existe equipamento de metal, existe bom som”.
O papel do produtor no palco e no estúdio
Rodrigo diferencia bem o produtor de estúdio do técnico de som ao vivo, mas reforça o peso de ambos:
“Um técnico ruim derruba o show. Um produtor despreparado destrói a gravação”.
Assista o episódio completo
- Canal: Kazagastão – Fora de Kaza
- Convidado: Rodrigo Oliveira
- Local: Dharma Studios – https://dharmastudios.com.br
- Apresentação: Gastão Moreira
- Loja oficial: www.kazagastao.com.br
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