
O mestre por trás do GHOST, Tobias Forge, revelou em nova entrevista à Rolling Stone UK sua conexão visceral e permanente com o metal extremo. Apesar de liderar uma das bandas mais teatrais e acessíveis do rock moderno, Forge carrega no sangue o peso do underground death metal, onde tudo começou com sua antiga banda, o REPUGNANT.
“Minha adolescência foi completamente imersa nisso. A estética, os temas e até o visual do GHOST têm raízes profundas no metal extremo. Para quem vem dessa cena, o GHOST não é tão exótico quanto parece para o público de fora.”
Forge destaca que a comunidade do metal, apesar da aparência brutal, é “amigável, multigeracional e em constante crescimento”, traçando uma linha direta desde BLACK SABBATH até as novas bandas que surgem semanalmente.
Ainda assim, ele reconhece os limites criativos entre suas duas personas. Quando perguntado se o GHOST poderia lançar uma faixa de death metal, foi direto:
“Não acho. Seria como colocar um relógio digital num filme de época. O death metal é uma bolha. O GHOST é outra. Há pontos de contato, mas misturar demais arriscaria quebrar a estética que construímos.”
Apesar disso, Forge admite que a chama do death metal nunca se apagou:
“Ainda sou obcecado. Ouço muito, coleciono e sinto esse desejo constante de participar de alguma forma. Só não sei em que forma isso vai se materializar.”
O REPUGNANT, criado por Forge em 1998 sob o pseudônimo Mary Goore, lançou demos, um EP e o hoje cultuado álbum Epitome Of Darkness (gravado em 2002 e lançado apenas em 2006). O disco antecipou, em muitos aspectos, a nova onda de death metal sueco de estética retrô que viria a ganhar notoriedade anos depois.
Forge, no entanto, reconhece a falta de maturidade e profissionalismo que o impediu de transformar o REPUGNANT em uma banda grande como o AMON AMARTH:
“Eu queria ser contratado por uma gravadora grande, fazer turnês, virar uma banda real. Mas éramos fora de moda, éramos amadores, eu não tinha a visão necessária. Tinha o sonho, mas não o plano.”
Hoje, Tobias está em paz com os ex-integrantes do REPUGNANT, mas descarta uma reunião:
“Somos todos pais agora. Homens crescidos. Mais sábios. Melhor deixar aquele cadáver em paz.”
Com o décimo álbum do GHOST já em andamento e o legado do REPUGNANT agora parte do cânone underground, Forge segue como um raro exemplo de artista que honra o passado sem perder o foco no presente, mantendo viva a essência do metal — seja ele melódico, teatral ou brutalmente extremo.
Metal Never Dies – Porque o som da alma não se cala.
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