Marilyn Manson está acostumado a polêmicas — mas desta vez, o peso da pressão pública falou mais alto. O primeiro show da turnê britânica do cantor foi oficialmente cancelado após intensos protestos de grupos feministas, políticos e representantes estudantis, reacendendo os holofotes sobre as graves acusações de abuso sexual e violência doméstica que perseguem o artista há anos.
Marcado para acontecer no Brighton Centre no dia 29 de outubro, o show foi alvo de uma carta pública assinada por diversas organizações de direitos das mulheres, parlamentares e até a União Estudantil da Universidade de Sussex. No documento, liderado pela parlamentar do Partido Verde Siân Berry, os signatários acusaram o evento de violar os valores da cidade e representar riscos à segurança do público.
“Estamos profundamente preocupados com o fato de este show permitir a entrada de menores de 14 anos. As acusações contra Warner [nome real de Manson] envolvem abuso sexual, aliciamento e violência doméstica. Ainda que os casos tenham prescrito na justiça dos EUA, os riscos não deixam de existir,” diz o comunicado.
Entre as vítimas que vieram a público estão a atriz Esmé Bianco (Game of Thrones) e a ex-noiva de Manson, Evan Rachel Wood, ambas com relatos impactantes sobre abusos psicológicos, físicos e sexuais. Embora algumas ações tenham sido arquivadas ou encerradas por acordo, o histórico permanece — e é exatamente isso que está mobilizando uma reação global.
A campanha No Stage For Abusers, um coletivo britânico que denuncia a presença de artistas acusados de violência nos palcos, comemorou a decisão do Brighton Centre com um post direto:
“Muito felizes em saber que o Brighton Centre cancelou Marilyn Manson. Obrigado por se posicionarem contra a violência masculina e a misoginia.”
Mas a batalha está longe de terminar. O segundo show da turnê, programado para o dia 31 de outubro em Bournemouth, já está na mira de novas petições exigindo o mesmo destino. A depender da pressão, a volta de Manson aos palcos europeus pode virar um verdadeiro campo de guerra.
Do outro lado, os fãs do artista não esconderam sua fúria com o cancelamento, inundando as redes sociais com críticas à decisão e defendendo o ídolo controverso. Para eles, tudo não passa de histeria moral ou “cancelamento seletivo”.
Manson, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o cancelamento. Mas se o que ele buscava com a turnê One Assassination Under God era redenção pública… o Reino Unido deixou claro: não vai ser tão fácil assim.