
No meio de solos pirotécnicos, refrões radiofônicos e a pancadaria clássica do Monsters of Rock, o Opeth surgiu como um intruso elegante. Um sereno furacão sueco. E entregou um dos shows mais hipnóticos de sábado — para quem estava disposto a ouvir com o corpo inteiro.

Com um setlist curto, mas matador, os suecos desfilaram seu doom-progressivo-cósmico com aquela mistura exata de delicadeza e destruição. Joakim Svalberg, nos teclados, roubou olhares com sua performance mais performática que a média da banda — contrastando com a seriedade calculada de seus colegas. Já a sonoridade, menos “limpinha”, mais crua e viva, casou perfeitamente com a ambientação crepuscular do festival.

O público fiel estava lá, colado na grade, em transe. De “In My Time of Need”, a balada etérea e dolorosamente linda, até o épico “Deliverance”, que fechou o set com seus quase 14 minutos de alternância brutal entre silêncio e caos.
Foi justamente sobre ela que Mikael Åkerfeldt fez sua piada certeira da noite:
“É engraçado… nossa música mais popular tem 14 minutos e se chama Deliverance. Não é exatamente Rock You Like a Hurricane, né?”
Essa é a diferença. Enquanto outros vêm com hits instantâneos, o Opeth faz hinos que precisam de paciência — e entregam catarse.
🎶 Setlist – Opeth no Monsters of Rock 2025
- §1
- Master’s Apprentices
- §3
- In My Time of Need
- Ghost of Perdition
- Sorceress
- Deliverance
Foi um show para lembrar que o metal também pode ser introspectivo, técnico, e ainda assim esmagador. E Mikael, com seu humor seco e postura de professor sueco que descobriu o caos, guiou a jornada como só ele sabe.
🜏 Tags:
#Opeth #MonstersOfRock2025 #Deliverance #ProgressiveMetal #MikaelAkerfeldt #MetalInteligente #MetalNeverDie