A banda brasiliense de metal extremo Murderess @murderess.band está de volta com o lançamento do EP “Time to Kill: Volume II”, sequência direta do material lançado anteriormente, aprofundando sua proposta sonora e temática: unir a brutalidade do death, a densidade do doom e a atmosfera ritualística do black metal com letras de forte engajamento político e social.
Gravado novamente no Orbis Studio (DF), com produção dividida entre o estúdio e a própria banda, o novo trabalho apresenta uma sonoridade ainda mais intensa e arrastada. Os riffs pesados, os vocais rasgados e os climas carregados seguem firmes na proposta do grupo: dar voz à memória, à dor e à resistência de mulheres, sejam elas figuras históricas, personagens míticas ou vítimas silenciadas pela história.
As faixas funcionam como capítulos de uma narrativa de enfrentamento. Em “Lady Death”, a Murderess presta homenagem à sniper soviética Ljudmila Pavlichenko, considerada uma das combatentes mais letais da Segunda Guerra Mundial. Já “Baba Yaga”, que ilustra a capa do EP, ressignifica a figura da bruxa como força de resistência e rebeldia contra a objetificação dos corpos femininos. Na intensa “No Father”, o alvo é a religiosidade patriarcal, denunciando sua repressão histórica às vozes femininas.
Encerrando o material, a instrumental “Murderess II” conecta-se diretamente ao Volume I, dando continuidade à jornada sonora do grupo por meio de texturas que remetem à dor, sobrevivência e fúria coletiva — sem precisar de uma única palavra.
Formada em 2023 por Jazz Kaipora (guitarra) e Claudia Franco (vocal), e atualmente com Pedro Fraga (bateria) e Clarissa Carvalho (baixo), a Murderess vem conquistando seu espaço no cenário extremo brasileiro. Com apresentações marcantes e participações ao lado de nomes como Crypta, Mystifier, Velho e Vazio, o quarteto se destaca tanto pela proposta musical agressiva quanto pelo discurso afiado.
A Murderess prova que o metal extremo pode — e deve — ser um canal de enfrentamento, memória e transformação. “Time to Kill: Volume II” é mais do que um EP: é uma denúncia. Um ritual de resistência. Um grito que não vai calar.
Time to Kill: Volume II“ já está disponível nas principais plataformas de streaming.
Escrito por: @hudandrade_
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