
Em uma entrevista recente ao canal Tomando Uma, o vocalista Edu Falaschi abriu seu coração e compartilhou os bastidores do grave problema de saúde que o levou a deixar o Angra, um dos momentos mais difíceis de sua carreira.
O início dos problemas vocais
Segundo Edu, os primeiros sinais surgiram entre 2003 e 2004:
“Comecei a ter problema para cantar, tipo a voz quebrava, dava uma desafinada. Achei que era resfriado. Um dia, uma semana, um mês… e a coisa não passava.”
Preocupado, Edu procurou diversos médicos e professores de canto, mas os exames iniciais não apontaram nada:
“Minha corda vocal estava perfeita. Nenhum calo, nenhum nódulo. Era como se eu estivesse jogando futebol a vida inteira e, de repente, esquecesse como chutar uma bola.”
O impacto psicológico e o diagnóstico
Com a piora da situação e sem explicação médica, a situação afetou profundamente o psicológico do cantor:
“Tive medo de cantar. Às vezes, eu tentava fazer um ‘ah’ e simplesmente não saía. Fui para psicólogos, gurus, procurei todo tipo de ajuda.”
Meses depois, veio o diagnóstico: um grave refluxo gastroesofágico que, em uma crise, queimou suas cordas vocais:
“Lembrei que tinha tido uma crise dormindo: o ácido subiu e saiu pelo nariz. O médico falou que provavelmente foi isso que causou o dano.”
Além disso, a rotina intensa de shows, alimentação desregrada e estresse constante agravaram o quadro:
“Era uma bola de neve: sem dormir direito, brigas internas, estresse, alimentação ruim… tudo isso gerou a crise.”
Anos de recuperação e a pressão da internet
Após o diagnóstico, a recuperação foi lenta e dolorosa:
“O refluxo quando ataca prejudica a voz por pelo menos 15 dias. Se você sofre outro ataque nesse período, é mais 15 dias. Assim foi virando anos.”
Edu também revelou o impacto do surgimento do YouTube e das redes sociais, que amplificaram as críticas públicas:
“Apareceu muita filmagem ruim, muita gente descendo a lenha. E nessa época não existia essa cultura de compreender que o artista pode enfrentar problemas de saúde.”
Comparações com André Matos
Sobre a pressão das comparações com André Matos, Edu foi enfático:
“No Japão, na Itália e no Brasil sempre fui muito bem recebido. Respeitei demais o legado do André. Mas na França foi complicado. O André falava francês fluente e era muito querido lá. Sofri uma pressão enorme.”
Ele relembrou um momento de forte tensão:
“Em uma entrevista coletiva na França, os jornalistas só mandavam perguntas difíceis, querendo saber porque eu, sem background clássico como o André, estava ali. Foi tenso.”
Mesmo assim, Edu manteve sua determinação:
“Era muito novo e confiante. Subia no palco sem medo. E isso conquistou muita gente.”
O pós-Angra e a superação
Após sair do Angra, Edu enfrentou dificuldades financeiras e emocionais, mas nunca desistiu:
“Fiquei num limbo por um tempo. Sem banda, sem apoio, enfrentando a pressão. Mas me reconstruí, cuidei da saúde e voltei a cantar.”
Hoje, Edu Falaschi é reconhecido como um dos grandes nomes do metal brasileiro, tendo superado enormes adversidades para seguir fazendo o que ama.
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