Quase duas décadas se passaram desde que o System of a Down lançou seus últimos álbuns de estúdio — os clássicos Mezmerize e Hypnotize, ambos de 2005. Apesar do retorno aos palcos com mais força em 2025, a ideia de um novo disco continua envolta em incerteza, principalmente por conta das reservas de Daron Malakian, guitarrista e principal compositor da banda.
Enquanto Serj Tankian recentemente demonstrou abertura à possibilidade de gravar, “se for algo que represente um novo começo”, e Shavo Odadjian e John Dolmayan também sinalizaram interesse com algumas condições, Malakian segue como o mais cauteloso. Durante entrevista ao podcast Talk is Jericho, apresentado por Chris Jericho, ele compartilhou uma visão sincera sobre o que o impede de mergulhar de cabeça em um novo projeto da banda.
“A gente até poderia fazer, e talvez até ficasse bom. Mas se você escutar os cinco álbuns que lançamos, do primeiro até o Toxicity, havia uma evolução acontecendo.”
— Daron Malakian
Segundo o guitarrista, a pausa prolongada interrompeu um processo criativo que tinha muito a evoluir:
“Não gostei do hiato, mas aceitei. O que me incomodava era não termos tido a chance de continuar essa evolução. A gente não era uma banda de repetir fórmula. Nosso som tinha identidade, mas a direção artística estava em constante mudança.”
Malakian refletiu sobre o impacto de lançar um novo disco após tanto tempo:
“Fazer um álbum 20 ou 25 anos depois… de onde a gente partiria? Esse é o dilema.”
Apesar da hesitação, ele reconhece o fenômeno que a banda ainda representa. Em sua última passagem pela América do Sul, o System of a Down esgotou estádios — com públicos predominantemente jovens, muitos dos quais nem eram nascidos quando Mezmerize e Hypnotize chegaram às lojas.
“Os shows parecem ser únicos para quem vai, como se fosse a última chance de ver a banda. Mas nada disso foi planejado. É só o jeito como as coisas aconteceram. Acho que também são as músicas… Elas passaram a fazer parte da vida das pessoas.”
“Quando olhamos pro público, não vemos só quarentões ou cinquentões. Vemos jovens de 18, 20 e poucos anos — gente que nasceu depois dos nossos últimos álbuns.”
Embora ainda não exista confirmação de um novo álbum, nem sessões de estúdio programadas, todos os integrantes já admitiram que o assunto está sendo discutido. A retomada da agenda de turnês pode ser o prenúncio de algo maior — mesmo que, no caso do System, isso nunca venha sem conflito ou resistência.
O tempo dirá se o som do caos voltará a ecoar com material inédito. Mas uma coisa é certa: o System of a Down ainda pulsa forte, mesmo que em silêncio.
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