Durante uma entrevista ao podcast Turned Out a Punk, o ícone do punk britânico Billy Idol relembrou os primeiros dias do movimento punk e a polêmica em torno do uso da suástica como elemento de provocação e performance artística, prática adotada por bandas como o Siouxsie and the Banshees nos anos 70.
Segundo Idol, esse uso estava ligado a uma tentativa de refletir criticamente os extremos da sociedade britânica da época — e não a uma adesão ao nazismo.
“Era uma espécie de performance art. Uma forma de mostrar o que estavam fazendo com a gente. Se vocês vão flertar com o fascismo, vamos refletir isso de volta pra vocês.” – Billy Idol
Um choque simbólico que explodiu na França
Idol relembra um show em Paris com o Sex Pistols, onde Siouxsie Sioux usava seu visual inspirado no filme The Night Porter, incluindo uma braçadeira com a suástica, o que enfureceu o público local.
“Os franceses, muitos deles de esquerda, acharam que ela era anti-comunista. Não entenderam o contexto performático. Foi um caos. Tivemos que fugir pelos bastidores.”
Punk: choque como estratégia política
O uso de símbolos controversos era parte de uma estética pensada para chocar e criticar o sistema, como explica Idol. Ele menciona inclusive Vivienne Westwood, que misturava imagens como Karl Marx, suásticas e cruzes cristãs nas roupas da loja SEX, referência da estética punk londrina.
“Era um grande foda-se para as forças conservadoras que víamos se aproximando do fascismo. A gente se vestia como vocês querem que sejamos – pra assustar vocês.”
Hoje, o contexto se perdeu
Billy Idol reconhece que o significado dessa estética foi mal compreendido tanto na época quanto hoje. Para ele, o público atual muitas vezes não entende o caráter performático e provocador do punk:
“Hoje as pessoas não compreendem que aquilo era uma resposta. Não um apoio. Era arte, era choque. Era dizer: ‘é isso que vocês querem?’”
Punk ou apologia?
Embora o uso desses símbolos tenha sido pensado como crítica, o impacto e o desconforto causado não podem ser ignorados. Mesmo entre punks, a prática dividiu opiniões e, hoje, exige contextualização. Idol parece reconhecer isso ao refletir sobre como o público reagia na época:
“Eles estavam realmente furiosos. Porque não entendiam. E, honestamente, era perigoso.”
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