Em uma nova entrevista com Jim Clash, Alice Cooper mergulhou em confissões pessoais e espirituais — do vício ao golfe (!), da fé em Jesus à revelação de que Jimi Hendrix foi o primeiro a lhe oferecer um baseado. Sim, esse Jimi Hendrix.
“Na verdade, Jimi Hendrix foi o primeiro a me passar um baseado”, contou Cooper com risos, numa mistura de nostalgia e ironia psicodélica.
Mas a história vai muito além da brisa canábica.
Quando o palco vira anestesia
Alice relembra como o álcool se infiltrou na rotina com o disfarce da produtividade:
“Eu era o clássico que usava o álcool como remédio. Três ou quatro drinques por noite. Sempre havia uma desculpa: entrevista, gravação, ensaio. De repente, você já está no ciclo do alcoolismo.”
O mais impressionante? Ele nunca falhou com o público. Nenhum show perdido. Nenhuma gravação cancelada. Só que o corpo cobrava.
“Uma manhã, levantei e vomitei sangue. Hora de ir para o hospital.”
E foi ali que veio o estalo — ou melhor, a sessão com um psiquiatra que foi direto no ponto:
“Ele perguntou quanto eu bebia no palco. Eu disse: ‘Nunca’. Ele respondeu: ‘Então Alice não é o problema. Você é o problema.’ E a ficha caiu.”
Entre Cristo e a cruz invertida
Hoje, Alice Cooper é sóbrio e vocal sobre sua fé cristã — um contraste radical com sua imagem de ícone do shock rock.
A verdadeira droga que o derrubou não foi heroína, cocaína ou ácido. Foi a que estava liberada, vendida legalmente, socialmente aceita: o álcool.
“Nunca fui muito das outras drogas. Tinha medo de ser preso. Mas o álcool? Era legalizado. E destrutivo.”
Em meio a tantos que foram tragados pela indústria e nunca voltaram, Cooper segue firme. Uma espécie de sobrevivente do rock — com histórias dignas de lenda urbana e sabedoria digna de confessionário.
Alice Cooper estará no Brasil no dia 14 de junho de 2025, como atração principal do festival Best of Blues and Rock, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O ícone do shock rock se apresentará com sua banda solo, marcando sua primeira apresentação no país após quase uma década.
“Prepare o delineador, o crucifixo e o coração — o mestre está voltando ao Brasil.”
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Metal Never Die: Porque ícones não morrem — eles se reinventam (e ainda queimam a língua com histórias dessas).
