Velho: O mais puro suco de black metal nacional

Ah, o Velho. Quarenta anos de caos, distorção, e um compromisso inabalável com a total ausência de glamour. A banda que parece ter surgido das cinzas de uma churrasqueira profana em Duque de Caxias está celebrando quatro gloriosas décadas de “balbúrdia infernal” — ou, como eles chamam, carreira.

Para quem ainda acha que Velho é apenas uma palavra que designa o tiozão do churrasco, um aviso: aqui, trata-se de uma entidade do black metal nacional que há 40 anos insiste em existir — contra todas as probabilidades, contra todas as tendências, contra todas as afinações decentes.

Nascidos no fundo de algum porão com cheiro de mofo e pinga barata, os integrantes do Velho se tornaram lendas vivas (ou pelo menos zumbis funcionais) do underground extremo brasileiro. Com títulos como “Vingando as Bruxas”, “Decrepitude & Sabedoria” e o inesquecível “Ao Vivo em Rio Negrinho” (o Woodstock do submundo?), eles pavimentaram um caminho de escuridão e fita demo até o coração de um público seleto — geralmente composto por cinco caras suando em uma garagem com fogueira de pentagrama feita de palito de picolé.

A formação atual parece um catálogo de insanidade: Splatter, Caronte, Rafael Lopes e Død. Todos com mais bandas no currículo do que a soma de seus discos lançados. É como se cada um deles fosse um personagem desbloqueável num RPG satânico de 16-bits.

Turnê? Claro! Desde que você não espere um release organizado. Os shows acontecem quando o demônio permite, em lugares como Ipatinga e Rio Negrinho — sempre embalados por posters xerocados em preto e branco e postagens no Facebook com qualidade de imagem que remete ao Nokia tijolão.

Mas a lenda vive. E ela vem para Belo Horizonte, Ipatinga e São Paulo, porque o Velho não para — ele apenas vagueia.

🕯️ Próximos rituais ao vivo: Confira em nossa página de Shows

  • 11/04 – Belo Horizonte, MG
  • 12/04 – Ipatinga, MG (com Hellway Train)
  • 25/10 – São Paulo, SP (com Miasthenia, Grave Desecrator e Podridão)

Quarenta anos depois, o Velho permanece como símbolo de resistência, culto à desordem e devoção ao ruído. Que venham mais 40 — ou pelo menos até que o amplificador exploda de vez.