
Novo álbum é um grito de guerra melódico e brutal que mistura caos com fúria
A análise de “Zenith”, novo disco do Bleed From Within, atinge mais forte do que qualquer valentão de escola. Desde a faixa de abertura, “Violent Nature” – com nome apropriado, diga-se de passagem – a banda escancara sua brutalidade: te soca no estômago, rouba o dinheiro do lanche, cospe nos seus pés e ainda termina com um chute rodado na cabeça, te derrubando como um saco de moedas soltas.
Em uma hora de duração, o Bleed From Within consegue encaixar cada pré-refrão frenético, cada quebra pesada e cada blast beat em um álbum que transborda técnica, raiva e controle. Ao longo das dez faixas, a banda exerce domínio total sobre a instrumentação melódica e caótica, construindo um disco que transforma ressentimento em empoderamento.
A performance vocal de Scott Kennedy é um destaque à parte, com uma gama expressiva que transmite emoção e técnica em igual medida. O álbum inteiro soa como um chamado para a batalha – desde vocais que poderiam estar em um coral de igreja, até o uso de gaitas de fole, percussão cinematográfica e atmosferas grandiosas.
Em faixas como “In Place of Your Halo”, com gritos de “armagedom” e “purificação”, ou em “Dying Sun”, com sua percussão marcial que remete a tambores de guerra, o Bleed From Within parece convocar as tropas – não só para a luta, mas para uma revolução. As letras pingam desprezo enquanto uma muralha sonora desaba sob os vocais de Kennedy.
O disco equilibra poder e tensão, transmitindo tanto uma sensação de alerta quanto uma profecia sombria sobre o estado atual do mundo. As composições são imprevisíveis: quando se espera uma quebra, vem outro verso; quando se espera um refrão, surge uma pausa instrumental. O caos é meticulosamente orquestrado.
Comparações com Machine Head e Lamb of God são comuns, mas “Zenith” mostra uma face mais melódica da banda, que pode lembrar momentos de Slipknot, especialmente em faixas como “God Complex”, com seu gancho explosivo, ou “A Hope In Hell”, com sua contenção sônica impressionante.
Apesar da sonoridade mais harmônica em certos momentos, não se engane: ainda há riffs obscenos e solos de guitarra de deixar qualquer um tonto. O Bleed From Within mostra que vai muito além das fronteiras do deathcore e entrega um álbum que é tanto arte quanto protesto.
“Zenith” lançado no dia 4 de abril. As pré-vendas já estão disponíveis.
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