
A química perfeita entre duas lendas da guitarra rende um dos álbuns de rock mais frescos e vibrantes do ano
“Você pode me ouvir através do ruído branco?”
Alto e claro, senhores.
Na segunda colaboração entre Adrian Smith (Iron Maiden) e Richie Kotzen, a dualidade entre luz e escuridão ecoa com intensidade em Black Light / White Noise, um disco que mistura peso, alma e virtuosismo em igual medida. A guitarra é protagonista absoluta, mas sempre a serviço da música.
🎙️ Vocais com personalidade:
Smith traz a garra do blues britânico, enquanto Kotzen empresta emoção crua e vocais que evocam Chris Cornell e Prince em diferentes momentos — uma combinação improvável que funciona maravilhosamente bem.
🎶 Destaques faixa a faixa:
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“Wraith”: riff sombrio e solo brilhante com pegada blues.
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“Darkside”: uma cavalgada no Velho Oeste guiada por Smith.
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“Muddy Water”: abre com groove e rock sujo, à la funk setentista.
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“Black Light”: funky e misteriosa, com ar vintage.
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“Life Unchained”: rock acelerado, pronto pra estrada.
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“Blindsided”: lembra o Velvet Revolver com seu groove rasteiro.
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“Outlaw”: clima de estrada, relaxada e melódica.
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“Beyond The Pale”: uma mini ópera soul com Kotzen incorporando Prince – vocais acrobáticos, solo sentido e uma despedida com classe.
🌀 A única faixa que escorrega é “Heavy Weather”: o refrão soa deslocado diante da força dos versos.
🎛️ Produção robusta e feeling em alta
O disco impressiona também pela textura sonora. A parede de guitarras é espessa, mas não sufoca. O baixo entrega corpo com um grave gordo e envolvente. A bateria é discreta, mas sólida — tudo em função da música, não do ego.
⚖️ Avaliação: 8,5/10
Para dois veteranos do calibre de Smith e Kotzen, poderia ser só mais um projeto paralelo. Mas Black Light / White Noise pulsa com frescor, energia e autenticidade. Um dos melhores álbuns de rock do ano? Provavelmente. E com certeza, um disco que merece atenção.